Blog

Câncer de Tireóide

Introdução

O câncer de tireóide é o mais comum na Endocrinologia. Embora menos frequente que outros cânceres a sua incidência vem aumentando em todo o mundo nos últimos anos. É mais frequente em pessoas idosas, do sexo feminino e em pacientes com histórico de exposição à irradiação da região do pescoço, utilizada no tratamento de alguns tipos de câncer.

Quadro Clínico

Em alguns casos não ocorrem sintomas. O paciente pode perceber o surgimento de um caroço no pescoço ao palpar a região ou olhar no espelho e deglutir. Em casos de bócio com nódulos múltiplos o paciente poderá se queixar de aumento do volume do pescoço e, em casos mais graves, engasgos ou dificuldade para engolir.

Diagnóstico:

O diagnóstico ocorre quando a biópsia de um nódulo suspeito revela malignidade ou quando é realizada cirurgia para tratamento de bócio e um tumor é observado na análise pelo patologista.

Tipos de Câncer:

Existem quatro subtipos de câncer de tireóide, a saber:

Carcinoma Papilífero → é o mais frequente (entre 70 e 80% dos casos) e de melhor prognóstico, pois geralmente apresenta crescimento lento, costuma atingir os gânglios do pescoço antes de espalhar para órgãos à distância e responde bem ao tratamento.

Carcinoma Folicular → representa entre 10 e 15% dos casos. Tem prognóstico relativamente bom, pois costuma responder ao tratamento, porém a probabilidade de metástase para órgãos à distância é maior que no Carcinoma Papilífero.

Carcinoma Medular → representa aproximadamente 5% dos casos e tem prognóstico menos favorável, pois não responde ao tratamento com iodo radioativo e costuma ter comportamento mais agressivo. Apresenta algumas particularidades, pois pode estar associado a outros transtornos endócrinos, como o Hiperparatireoidismo e o Feocromocitoma. Além disso, pode ocorrer em vários indivíduos de uma mesma família. Assim sendo, quando um paciente recebe este diagnóstico é indicada uma avaliação clínica e laboratorial dos seus familiares de primeiro grau (pais, irmãos e filhos).

Carcinoma Anaplásico → é um tipo raro de neoplasia tireoidiana, porém tem comportamento bastante agressivo e responde mal às propostas de tratamento.

Tratamento

O tratamento inicial é cirúrgico, geralmente com a ressecção completa da glândula e a necessidade do paciente realizar a reposição de hormônios tireoidianos sintéticos. Quando o tumor é pequeno a cirurgia pode ser curativa.

Dependendo do tipo de tumor, suas dimensões e sua extensão poderá ser indicado o tratamento complementar com iodo radioativo, que geralmente é bem tolerado e tem a vantagem de ser eficiente para combater células cancerosas remanescentes.

Em casos de carcinoma medular ou anaplásico poderá ser indicado o tratamento com quimioterapia ou radioterapia. Novas terapias estão sendo estudadas para o tratamento da doença.

Acompanhamento

O seguimento periódico é fundamental, uma vez que existe o risco de recidiva do câncer, mesmo quando o tratamento inicial foi adequado. Além da avaliação clínica são necessários exames laboratoriais, principalmente a tireoglobulina, marcador tumoral dos carcinomas papilíferos e foliculares. Níveis detectáveis de tireoglobulina indicam doença residual e necessidade de nova investigação.

Outros exames solicitados são a ultra-sonografia cervical e, em determinadas situações, um exame específico de cintilografia para pesquisar restos tumorais por todo o corpo.

Prognóstico

Felizmente o prognóstico geralmente é favorável, embora dependa de fatores como a idade do paciente, o tamanho do tumor e o seu tipo histológico. A maioria dos pacientes tem sobrevida prolongada com qualidade de vida.

Fonte: Lúcio Vilar – Endocrinologia Clínica, 5ª edição.

Compartilhe

Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no google

Últimos posts do Blog

Vantagens da MRPA

Maior número de medidas de PA em diferentes dias; Baixo custo; Maior conforto para o paciente; Segurança, frente a situação de saúde que enfrentamos; Boa

Leia mais »